segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Recordações (Do outro lado do muro e os vagabundos iluminados)

 Giovani Santos *

Era noite de uma sexta feira, estávamos todos, quase bêbados. Tudo estava lindo como Lindsay (Lindsay era uma daquelas mulheres de derrubar até avião, robusta, bronzeada, rosto decidido, cabelos pretos penteados para trás, e curvas firmes e suculentas que expressavam a leveza de um bom vinho.), a vodka descia de maneira tranqüila, de forma enigmática – todo o brilho da noite faz com que você não sinta, muitas vezes, o amargor e o amargo da bebida. A banda vai entrar! Disse um de meus amigos. E nesse mesmo tempo, tivemos a idéia de entrar de assalto no show. Pessoa disse: conheço uma maneira de a gente entrar! De sobre salto, na jogada entramos, eu, pessoa e mais um amigo. O arquiteto de toda trama nos disse: há uma entrada secreta por aqui! Eu comédia todo, já sabia qual era a tal entrada, porém da maneira que fora posta em pratica, parecia enigmática. Será uma passagem subterrânea? Não, não era! Caminhamos para o muro mais alto que tava em uma mediação bem distante do show. O maluco que estava conosco logo se desesperou: eita, eita, eita!!! vê ai mano? Lá vem a policia!!! Do outro lado da avenida, que tava pro muro em questão, disse um flanelinha: PULA!!! Todo mundo se agarrou a todo mundo, e, do ombro um do outro pulamos o muro. O muro devia ter uns 2 metros e meio de altura com um lodo que dificultava nossa escalada. Mas enfim, pulamos. 

Do outro lado tudo parecia um mundo diferente. Pelo que percebi, nos sentíamos jogados em um matagal sem fim. Prontos para uma nova aventura e jornada, caminhamos pelo matagal adentro – era tanto mato que a gente já não via uns aos outros. Pessoa disse que sabia qual era o caminho que ia dar no pátio do show, daí então, seguimos ele. Passados alguns minutos – mato vai, mato vem – pessoa disse que estávamos perdidos. Depois da noticia continuei tranqüilo, porém o terceiro homem da historia ficara desesperado. Começamos a caminhar mais e mais rápido. De repente, o terceiro homem em questão caiu em uma pequena vala que existia entre os matos. Corremos para tentar socorre-lo, mas parece que foi pior ainda, pois caímos todos nós em cima dele. Passando essa face andamos e andamos mais um pouco, quando pessoa disse: achei!!! E esse aqui o muro do pátio monstro... Quando olhamos o muro: caralho!!! Que muro alto da porra canalha. O muro que tava pro pátio do show, devia ter uns três metros de altura. Tentamos escalar varias vezes e não conseguimos. 

O terceiro homem voltou a se desesperar e espernear queria voltar todo o caminho e desistir da empreitada. Mas reforçando o projeto expliquei que não tinha volta que ficamos presos e agora teríamos que pular. Ficamos tentando por todas as beiradas e nada, foi quando pessoa disse: olha ali monstro, é aquela, a fachada. Corremos para essa parte do muro e escalamos, ao subir ficamos na duvida se era ou não aquela passagem, pessoa disse que talvez fosse, e na duvida pulamos. Do outro lado do muro procuramos um portão que tava acesso ao pátio do show, o encontramos, porém havia alguns seguranças empatando nossa entrada, foi quando percebi que havia uma outra passagem, essa era perfeita, não vacilamos. Penetramos na festa e curtimos a noite toda...





* Escritor Filosofante de Olinda




1 comentários:

Amora disse...

aquela coisa: toda ficção é de certa forma biográfica e toda biografia é ficção

Postar um comentário