segunda-feira, 27 de junho de 2011

Roda Viva entrevista Aldo Rebelo nesta segunda-feira (27)


Retirado do Portal Vermelho

O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do projeto de lei de reforma do Código Florestal na Câmara Federal, é o entrevistado nesta segunda-feira (27) do programa Roda Viva.

A atração jornalística da TV Cultura, apresentada por Marília Gabriela, vai ao ar às 22 horas e contará com uma bancada de entrevistadores formada por dois jornalista fixos — Augusto Nunes, da Veja, e Paulo Moreira Leite, daÉpoca. 

Para a entrevista com Aldo, além do cartunista Paulo Caruso, também participarão o jornalista Bruno Blecher, diretor de redação da revista Globo Rural, e André M. Nassar, colunista do jornal O Estado de S. Paulo e diretor do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais.

Já na quinta-feira, a convite das direções estaduais do PDT-SP e do PCdoB-SP, Aldo Rebelo vai debater, na capital paulista, o significado e os desafios apresentados ao país com a aprovação do Código Florestal. O evento ocorre às 19 horas, no auditório do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo.

Lula vai chefiar missão de Dilma na África

Retirado do Portal Vermelho 

Há seis meses fora da Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta a representar oficialmente o país. Ele será o chefe da missão especial que o governo brasileiro fará na Guiné Equatorial.

O Brasil vai participar da 17ª Assembleia Geral da União Africana – entidade que reúne 53 países africanos – que começa na terça-feira (28) e vai até sexta-feira (1º).

A nomeação de Lula pela presidente Dilma Rousseff foi publicada hoje no "Diário Oficial da União".

Também integram a missão Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, subsecretário do Ministério das Relações Exteriores, Eliana da Costa e Silva Puglia, embaixadora do Brasil na Guiné Equatorial, e Isabel Cristina de Azevedo Heyvaert, embaixadora do Brasil na Etiópia.

Além de representar o Brasil na África, Lula fará uma palestra, na quinta-feira (30), a convite do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. O tema do encontro é "Empoderamento da Juventude para o Desenvolvimento Sustentável".

Com informações da Folha de S.Paulo

A FAO e a importância da eleição de Graziano


Retirado do Portal Carta Maior


Além da notoriedade acadêmica e do desempenho técnico de José Graziano, sua candidatura tem recebido numerosas adesões em decorrência do seu papel no primeiro mandato do Presidente Lula, quando arquitetou e liderou a implantação da estratégia de combate à fome. Como Ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome, coordenou a montagem de uma das mais importantes políticas públicas da história do Brasil, a política de segurança alimentar a partir do Programa Fome Zero, que levou nosso país aos monumentais resultados de redução da fome registrados pelo IBGE. O artigo é de Afonso Florence.

Neste domingo, serão realizadas, em Roma, eleições para a Direção Geral da FAO. Sigla em inglês da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a FAO promove ações de cooperação e solidariedade no âmbito da agricultura, desenvolvimento agrário, segurança alimentar e combate à desnutrição, atuando em 191 países.

O Brasil está apresentando um candidato, o Prof. Dr. José Graziano, renomado pesquisador da área, conhecido ativista da causa e que possui uma trajetória dedicada ao avanço da produção de alimentos saudáveis e da política de segurança alimentar. Zé Graziano, como é carinhosamente conhecido nosso candidato, é diretor licenciado da FAO para a América Latina, função que desempenhou com enorme destaque internacional.

Entretanto, além da notoriedade acadêmica e do desempenho técnico de Zé Graziano, sua candidatura tem ganhado numerosas adesões em decorrência do seu papel no primeiro mandato do Presidente Lula, quando arquitetou e liderou a implantação da estratégia governamental de combate à fome. Como Ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA), coordenou a montagem de uma das mais importantes políticas públicas da história do Brasil, a política de segurança alimentar a partir do Programa Fome Zero, que levou nosso país aos monumentais resultados de redução da fome registrados pelo IBGE.

É inconteste que o Brasil viveu nestes últimos anos a maior mobilidade social da sua história. Mais de 28 milhões de homens e mulheres saíram da situação de pobreza, 36 milhões entraram na classe média. Hoje, todos têm a convicção de que nosso país pode ser cada vez mais generoso com nosso povo, crescendo com felicidade e bem estar. Estes resultados foram obtidos em decorrência da implantação de um novo modelo de desenvolvimento, onde crescimento econômico combina com distribuição de riqueza, programas de transferência de renda e inclusão produtiva se completam.

Esta experiência brasileira já tem sido observada e utilizada por outros países. Em maio de 2010, durante o encontro internacional ‘Diálogo Brasil-África para o Combate à Fome e à Desnutrição’, o Presidente Lula declarou o compromisso brasileiro com os países menos favorecidos que nos solicitam apoio.

Mais recentemente somaram-se à candidatura de Zé Graziano a declaração de apoio da Presidenta Dilma Rousseff e a repercussão na opinião pública internacional do lançamento pelo governo brasileiro do Plano Brasil Sem Miséria. A trajetória positiva da nossa história recente faz da nossa candidatura, mais do que uma postulação viável, uma esperança para dezenas de governantes de países pobres de verem executados na FAO programas que, inspirados na experiência brasileira, contribuam decisivamente para o desenvolvimento agrário, a erradicação da miséria e o combate à fome em seus respectivos países e continentes.

(*) Afonso Florence é ministro do Desenvolvimento Agrário

domingo, 26 de junho de 2011

38º Congresso da UEP é Marcado por Propostas Ousadas e Unidade Política

Retirado do Blog da UJS-Olinda
 
Caruaru foi o cenário do maior encontro de estudantes universitários do estado. Nos dias 17, 18 e 19 de junho, ocorreu o 38º Congresso da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) que contou com a presença de estudantes universitários de todos os cantos do estado.

Com a temática " Um novo Pernambuco, uma nova Universidade" os estudantes participaram de várias atividades, como palestras, debates e encontros temáticos, discutindo sobre as principais questões ligadas as conjunturaseducacionais e políticas do país e do estado. De fato a Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES), foi o palco de idéias bastante ousadas, visando o fortalecimento e o surgimento de novas bandeiras de lutas para o movimento estudantil pernambucano.

E foi com um clima da unidade política, que os estudantes pernambucanos, do litoral ao sertão, passaram a defender suas opiniões, tendo em vista a necessidade do investimento de 10% do PIB brasileiro para a educação, para que assim, possamos obter um maior desenvolvimento político e social. É válido ressaltar que, questões como a Reforma Política, Plano Estadual de Assistência Estudantil, ENEM, Democratização dos Meios de Comunicação e Políticas Públicas para os Jovens e para as Mulheres, também foram questões pontuadas pelos estudantes e convidados que participaram do evento.

No último dia, foi o momento da plenária final, onde todas as propostas encaminhadas pelos Grupos de Debates (GD´s), assim como a monção de apoio a greve dos motoristas e cobradores de ônibus da Região Metropolitana do Recife ocorrida semanas antes do congresso foram votadas com grande aclamação de todos os delegados credenciados. Além disso, foi eleita a nova direção da União dos Estudantes de Pernambuco, que vai representar os estudantes universitários do estado, durante os próximos dois anos.



Confira a Retrospectiva da Última Gestão (2009/2011) da UEP no vídeo abaixo:

A revolução das mídias sociais


Da Ecodesenvolvimento, no sítio da Adital:

A internet está mudando o modo como são feitos os negócios, as relações interpessoais e, principalmente, o modo como as pessoas veem o mundo.



Erik Qualman, o autor do livro Socialnomics, produziu uma série de vídeos chamada Social Media Revolution (ou Revolução das Mídias Sociais) para mostrar a importância da rede no dia a dia das pessoas.

O último filme, de apenas dois minutos, dá uma mostra do que aconteceu no mundo on-line entre o fim de 2010 e o primeiro semestre de 2011.

Assista ao vídeo ou, se preferir, leia o texto traduzido:

*****

As mídias sociais são sobre pessoas. Mais de 50% da população mundial tem menos de 30 anos.

Facebook ultrapassou Google em tráfico de dados por semana, e isso tem impacto em como nos comportamentos off line.

Um em cada cinco casais se conheceram na internet.

Três em cada cinco casais gays se conheceram na internet.

O Facebook é a principal causa de um a cada cinco divórcios.

O que acontece em Vegas fica no Facebook, Twitter, Flickr, Youtube...

Estudantes do jardim de infância estão aprendendo com iPads, não com lousas.

Se o Facebook fosse um país, ele seria o terceiro maior do mundo.

Mas o Facebook, o Twitter, o Youtube e o Google ainda não são aceitos na China.

O LinkedIn ganha um novo membro a cada segundo.

"Nós não temos uma alternativa se utilizamos ou não as mídias sociais, a questão é como nós as utilizaremos bem", Erik Qualman.

Lady Gaga, Justin Bieber e Britney Spears tem mais seguidores no Twitter do que a população inteira de países como Suécia, Israel, Grécia, Chile, Coreia do Norte e Austrália.

Cerca de 50% do tráfego de internet móvel do Reino Unido é usado para o Facebook, agora imagine se isso for utilizado por usuários com mais experiências.

Mais de 37 milhões de pessoas assistiram o comercial do Volkswagen Darth Vadar que passou no intervalo da final do Super Bowl de 2011 (dos Estados Unidos) - no Youtube.

E o garotinho que interpretou Darth Vadar nunca assistiu Star Wars.

O Ford Ecplorar Lauch gerou mais visualizações no Facebook do que um comercial do Super Bowl.

As gerações Y e Z consideram e-mails ultrapassados, alguns universitários pararam de distribuir suas contas de e-mail.

Os leitores de eReaders ultrapassaram o número de leitores de livros.

Jogadores de mídias sociais irão comprar US$6 bilhões de bens virtuais em 2013.

Frequentadores de cinema comprarão apenas U$2,5 bilhões em bens reais.

O Youtube é a segunda maior ferramenta utilizada no mundo.

Se o Wikipedia fosse um livro, ele teria mais de 2,25 milhões de páginas e levaria mais de 123 anos para ser lido.

90% dos usuários online confiam em recomendações de produtos.

Apenas 14% confiam em comerciais.

93% dos marqueteiros utilizam mídias sociais para os negócios.

Bem-vindo à Revolução das Mídias Sociais.

Capital investe na indústria de armas


Do sítio Prensa Latina: 

Com a despesa mundial em armamentos durante 2010, se poderia manter 212 milhões de crianças de aproximadamente um ano, ao custo médio necessário em um país desenvolvido europeu. A manutenção estimada por criança ali, segundo fontes extraoficiais, é de quatro mil 715 dólares ao ano, enquanto o investimento em meios bélicos aumentou em 2010, globalmente, a um trilhão 630 bilhões de dólares.



Nove milhões de crianças morrem de fome anualmente no mundo, e só o protótipo do superavião britânico não tripulado Taranis acumulou um custo de 215 milhões de dólares, os que bastariam para alimentar 45 mil 599 crianças ao ano.

Nos países do sul poderiam se alimentar muitos mais pequenos, se só se tratasse de cobrir as necessidades básicas para não morrer de inanição e de doenças previsíveis ou curáveis, ainda que o anterior se assume hoje só como relações matemáticas.

Mas o Tiranis, nome do Deus celta do trovão e qualificado como "a cúpula" da engenharia britânica e do desenho aeroespacial, não é o maior exemplo bélico, pois as despesas em armamentos compreendem enormes meios com capacidade de destruição totalmente global.

O Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (SIPRI) considera, em seu relatório sobre o ano passado, que as armas nucleares continuam representando um grande perigo apesar das promessas de redução.

Como causa da pronunciada pirâmide armamentística, identifica a luta pelas riquezas naturais, devido ao aumento da demanda internacional e da penúria induzida especialmente pelas mudanças climáticas.

Neil Melvin, diretor no SIPRI do programa Conflitos Armados e Gerenciamento dos Conflitos, considera que os recursos são "um fator maior de conflito".

Em sua opinião, o petróleo tem desempenhado seu papel nas tensões no Sudão e na Líbia, onde contribui à guerra civil, ao que pode acrescentar, na opinião de analistas, que motiva também os bombardeios da OTAN.

O aumento súbito da demanda pelo consumo, segundo o SIPRI, é a causa principal de uma concorrência crescente na busca de recursos exploráveis, até no Ártico, e no aumento dos preços, sobretudo nos da alimentação.

Ante tais previsões, o alarme é maior se considera-se que os preços dos alimentos poderiam duplicar de agora a 2020.

Em relação a isto, os múltiplos atos de violência da chamada primavera árabe foram engendrados em grande parte "por distúrbios causados pela fome" e os altos "preços dos produtos alimentários", opina.

Sobre as armas nucleares, o SIPRI explica que as reduções anunciadas foram amplamente compensadas mediante a modernização e a multiplicação dos vetores.

Só oito países possuem mais de 20 mil 500 cabeças nucleares.

Desse total, "mais de cinco mil estão deslocadas e prontas para serem usadas, e duas mil mantidas em estado de elevado alerta operacional".

Cinco desses estados, assinantes do Tratado de não Proliferação, "ou já estão deslocando novos sistemas de armas nucleares, ou têm anunciado sua intenção de fazê-lo".

Considera assim mesmo que as despesas mundiais em armamento, sempre encabeçadas pelos Estados Unidos, experimentaram em 2010 um crescimento de 1,3 por cento, até o trilhão 630 bilhões de dólares.

Os cem maiores fabricantes mundiais de armamento, exceto a China, venderam 401 bilhões de dólares de produtos bélicos em 2009, com recorde para os Estados Unidos, cuja demanda governamental continua se elevando.

Seu orçamento militar para 2011 é de 708 bilhões de dólares, 42,8 por cento da despesa mundial, com o que quase atinge a todos os demais países juntos.

Não obstante a quantia, e na opinião de muitos inútil comércio e despesa em armas, a realidade evidência que este custo é insustentável, a não ser que se reembolse mediante a conquista de territórios e de outros recursos.

Promover as guerras, fratricidas todas, conduz ao aniquilamento humano.

Durante a última década, duas milhões de crianças foram assassinadas nas guerras, e calcula-se que 150 milhões, com capacidade trabalhista, são exploradas como força de trabalho.

Quatro milhões de recém nascidos, segundo meios jornalísticos, morrem em seu primeiro mês de vida, 82 por cento não recebem antibióticos, vários milhões de menores de 14 anos têm AIDS e 500 mil mulheres falecem anualmente ao parir.

Ademais, 600 milhões de crianças no mundo são vítimas da pobreza, 100 milhões vivem na rua, 150 milhões de meninas e 73 milhões de menores de 18 anos são explorados sexualmente e um milhão 800 mil caíram no comércio sexual.

Expande-se a opinião de que "há muito os países poderosos... escolheram o caminho da arma e da guerra para resolver suas carências de energia e outros recursos naturais, sem pensar e analisar que podem acarretar estes fatos no futuro".

O Taranis, capaz de empreender tanto tarefas de espionagem e vigilância como de transportar armas para atacar todo tipo de alvos, foi desenvolvido por BAE Systems, Rolls-Royce, Qinetiq e GE Aviation com o apoio do Ministério de Defesa britânico, durante quatro anos, concluídos em 2010.

Gerald Howarth, o ministro para Assuntos de Defesa, declarou a BBC Mundo que "Taranis é um projeto realmente de vanguarda. Primeiro de seu tipo no Reino Unido, reflete melhor os avanços de desenho e as habilidades tecnológicas de nosso país e constitui um programa líder no cenário mundial".

Mas "é um primeiro passo para o Reino Unido", pois "não se trata de um avião que vá entrar em serviço, senão de uma demonstração tecnológica que provará técnicas, demonstrará capacidades e assinalará a direção na qual vamos".

Segundo as pesquisas, compreendeu-se de que se trata... e é só um exemplo.

Sobretudo quando os déficits públicos se mantêm à ordem do dia, descem as despesas sociais, se privatizam bens do patrimônio, também na União Européia, e se elevam os orçamentos militares em países aos que ninguém agride.

Seus investimentos bélicos impedem salvar aos famintos, ao mesmo tempo que provocam a morte, também em espiral.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ave Sangria - Discografia Download

A Ave Sangria é uma banda de Recife que durou pouco, mas fez muito. Considerada por mim uma das melhores bandas do Brasil, os dois álbuns que fez foram o suficiente em questão de crítica e de música.
A reportagem completa sobre a Ave Sangria acha-se 
aqui, mas enfatizo o texto de José Teles, o qual este trecho pertence.

"Eles usavam batom, beijavam-se na boca em pleno palco, faziam uma música suja, com letras falando de piratas, moças mortas no cio. E eram muito esquisitos; "frangos", segundo uns, e uma ameaça às moças donzelas da cidade, conforme outros. Estes "maus elementos" faziam parte do Ave Sangria, ex-Tamarineira Village, banda que escandalizou a Recife de 1974, da mesma forma que os Rolling Stones a Londres de dez anos antes. Com efeito, ela era conhecida como os Stones do Nordeste."

Download: Ave Sangria - Ave sangria (1974)
Download: Ave Sangria - Perfumes y Baratchos (1974)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tudo vale a pena para tornar a política pequena

*Por Luciano Siqueira

Publicado no portal Vermelho e no Jornal da Besta Fubana

Desde a vitória de Lula em 2002 se instaurou no Brasil um ciclo de possibilidades de sentido histórico, trazendo em seu bojo conquistas que se acumulam nas esferas econômica, social e política. Ambiente por si mesmo favorecedor de grandes atitudes em favor de um projeto de desenvolvimento capaz de abrir caminho, estrategicamente, a um novo salto civilizatório.

Certo ou errado? A despeito dos contratempos que têm marcado a cena política desde então, em sacrifício do que se passou a caracterizar “espírito republicano”, a afirmação está correta. Nem precisa anotar aqui as inúmeras conquistadas obtidas.

Mas cabe assinalar o despreparo de parte importante das forças políticas para se colocarem à altura do ciclo histórico. Na atualidade, evidente nas duas correntes hegemônicas no governo – o PT e o PMDB.

É o que vimos durante o deplorável episódio protagonizado pelo ex-ministro Palocci, cuja natureza em nada contribui para engrandecer a figura do então chefe da Casa Civil. Uma vez confirmada a pretensão da presidenta Dilma de substitui-lo, petistas nas esferas internas e no âmbito do parlamento foram à batalha intestina na ânsia de tirar proveito da crise, sem nenhum receio do desgaste público. Do “líder” Vacarezza – exemplo de primarismo e inabilidade – ao presidente da Câmara, esgrimiram argumentos no mínimo intrigantes na busca da ocupação da coordenação política do governo, tais como a necessidade da bancada federal se sentir melhor representada (sic).

O PMDB, por seu turno, organização centrista não necessariamente pelo ideário que defende, e sim pela capacidade de ser governo em qualquer circunstância, foi à luta com o mesmo denodo. O líder Renan Calheiros, por exemplo, punha a necessidade de um peemedebista no Planalto como meio de “aprimorar” a articulação política da presidenta.

A rigor, o PT tem a presidente e o PMDB, o vice-presidente. Fora que petistas empolgam a grande maioria dos ministérios e o PMDB controla uns tantos dentre os considerados mais importantes. Mas o apetite de ambos não tem limites. Daí parecem agir segundo a máxima de que “tudo vale a pena para tornar a política pequena”. Ou seja, nada de discutir a melhoria da capacidade do governo concretizar seus compromissos programáticos, e sim a ampliação de espaços de poder sabe-se muito bem em razão de interesses imediatos dos pequenos grupos de que são formados os dois partidos.

Mas isso é próprio de todo partido político, a conquista de poder – justificava, no auge da crise, um experiente deputado amigo. O que não deixa de ser verdade – e neste caso, o “poder” é este já alcançado. O teto foi atingido, já que não se persegue objetivos estratégicos de maior envergadura, o que apequenina a visão da política e põe a República sob risco constante de novas crises de tipo palocciano. E, de outra parte, estimula a visão crítica e a capacidade de ação dos que pretendem um novo projeto nacional de desenvolvimento, apto a gerar condições para transformações profundas na sociedade brasileira – no rumo do socialismo.

*Luciano Siqueira é médico, vereador do Recife  e membro do Comitê Central do PCdoB

terça-feira, 21 de junho de 2011

São João de Olinda e Recife

A Prefeitura de Olinda, por meio da Secretaria de Patrimônio e Cultura, faz seu animado São João que este ano será concentrado no Fortim do Queijo, entre os dias 22 e 26, das 17h a 1h. Serão 35 grupos que irão se apresentar entre os cinco dias do São João olindense. 

E, para dar um toque único à festa, duas quadrilhas de bonecos gigantes vão desfilar pelas ruas do Sítio Histórico para fazer sua apoteose no Fortim do Queijo. Mas as tradicionais quadrilhas juninas também não vão faltar: cinco delas farão apresentações entre as performances das bandas.



22/06 – QUARTA 
19h – Quadrilha de Bonecos Gigantes
(Saída da Prefeitura, chegada no Fortim do Queijo)

18h – Hélio Náscer
18h50 – Os Quentes do Forró
20h – Cowboy de Prata
21h – Benedito da Macuca
22h20 – Issac 7 Cordas
23h20 – Zuza Miranda

23/06 – QUINTA 
17h – Coco Quebrado
18h – Mestre Juarez
19h – O Coco é a Resposta
20h20 – Coco de Praia
21h30 – Coco de Umbigada
22h40 – Edilza
23h50 – Geraldo Cardoso
Quadrilha Asa Branca
Quadrilha Aquarela

24/06 – SEXTA 
17h – Arnaldo do Coco
18h – Dona Del Coco
19h – Culé de Pau
20h20 – Coco do Amaro Branco
21h30 – Coco Rabecado
22h40 – Cila do Coco
23h50 – Luciano Padilha
Quadrilha Traque de Massa
Quadrilha Recrearte

25/06 – SÁBADO 
17h – Estrelinhas do Coco
18h – Zeca do Rolete
19h – Rilze Guedes
20h – Ana Lúcia do Coco
20h20 – Paulo Pecado
21h30 – Zelyto Madeira
22h40 – Ferrugem
23h50 – Quarteto Olinda
Quadrilha Forró Moderno

26/06 – DOMINGO 
17h – Quadrilha de Bonecos Gigantes
(Saída do Largo do Guadalupe, chegada no Fortim do Queijo)

17h – Reisado Imperial
18h – A Cocada
19h – Gervásio
20h20 – Forró Zabumbada
21h30 – Lourenço Gato
22h40 – Daniel Bento
23h50 – Arlindo dos 8 Baixos




Programação do Recife 

 



 

domingo, 19 de junho de 2011

Eric Hobsbawm: crise econômica explica deriva à direita na Europa


O blog do italiano Beppe Grillo entrevistou Eric Hobsbawm, um dos maiores historiadores marxistas vivo. A entrevista aconteceu no dia do seu 94º aniversário, quando esteve em Roma para o lançamento da tradução italiana de seu livro How to Change the World - Why rediscover the inheritance of Marxism.

Hobsbawm analisa a possibilidade de uma deriva rumo à direita nos próximos anos na Europa, por razões relacionadas com a depressão econômica, a ânsia por segurança e a estagnação da União Europeia, arcada sob o peso da obrigação de ser cada vez maior e maior e pela falta de visão política comum. Além disso, os movimentos de resistência têm crescido mais em regiões onde há um maior número de jovens – por exemplo no norte da África e nos países em desenvolvimento, não na Europa. Mas, acima de tudo, Hobsbawm, que faz questão de dizer que é um historiador, não um futurologista – fala-nos sobre o que é hoje o marxismo e sobre os seus efeitos.

Marxismo hoje

Eric Hobsbawm: Sou o Eric Hobsbawm. Sou um historiador muito velho. Como tal, telefona-me no dia do meu 94º aniversário. Durante toda a minha vida escrevi principalmente sobre a história dos movimentos sociais, a história geral da Europa e do mundo dos séculos 19 e 20. Acho que todos os meus livros estão traduzidos para italiano e alguns foram até bastante bem recebidos.

Blog de Beppe Grillo: A nossa primeira pergunta é sobre o seu livro. O marxismo é considerado um fenômeno pós-ideológico. Poderia explicar-nos porquê? E quais serão as consequências dessa mudança?  

Eric Hobsbawm: Eu não usei exatamente a expressão “fenômeno pós-ideológico” para marxismo, mas é verdade que, no momento, o marxismo deixou de ser o principal sistema de crenças associado aos grandes movimentos políticos de massa em toda a Europa. Apesar disso, acho que sobrevivem alguns pequenos movimentos marxistas. Nesse sentido, houve uma grande mudança no papel político que o marxismo desempenha na política da Europa. Há algumas partes do mundo, por exemplo, a América Latina, em que as coisas não se passaram do mesmo modo. A consequência daquela mudança, na minha opinião, é que agora todos podemos concentrar-nos mais e melhor nas mudanças permanentes que o marxismo provocou, nas conquistas permanentes do marxismo. 

Essas conquistas permanentes, na minha opinião, são as seguintes: Primeiro, Marx introduziu algo que foi considerado novidade e ainda não se realizou completamente, a saber, a crença de que o sistema econômico que conhecemos não é permanente nem destinado a durar eternamente; que é apenas uma fase, uma etapa no desenvolvimento histórico que acontece de um determinado modo e deixará de existir e converter-se-á noutra coisa ao longo do tempo. 

Segundo, acho que Marx concentrou-se na análise do específico modus operandi, do modo como o sistema operou e se desenvolveu. Em particular, concentrou-se no curioso e descontinuo modo através do qual o sistema cresceu e desenvolveu contradições, que por sua vez produziram grandes crises.

A principal vantagem da análise que o marxismo permite fazer é que considera o capitalismo como um sistema que origina periodicamente contradições internas que geram crises de diferentes tipos que, por sua vez, têm de ser superadas mediante uma transformação básica ou alguma modificação menor do sistema. Trata-se desta descontinuidade, deste reconhecimento de que o capitalismo opera não como sistema que tende a se auto-estabilizar, mas que é sempre instável e eventualmente, portanto, requere grandes mudanças. Esse é o principal elemento que ainda sobrevive do marxismo. 

Terceiro, e acho que aí está a preciosidade do que se poderá chamar de fenômeno ideológico, o marxismo é baseado, para muitos marxistas, num senso profundo de injustiça social, de indignação contra a desigualdade social entre os pobres e os ricos e poderosos. 

Quarto, e último, acho que talvez se deva considerar um elemento – que Marx talvez não reconhecesse – mas que esteve sempre presente no marxismo: um elemento de utopia. A crença de que, de um modo ou de outro, a sociedade chegará a uma sociedade melhor, mais humana, do que a sociedade na qual todos vivemos atualmente. 

Deriva à direita na Europa
Blog: No norte da África e em alguns países europeus – Espanha, Grécia e Irlanda – alguns movimentos de jovens que nasceram na internet e usam redes, por exemplo Twitter e Facebook, estão aproximando-se da política. São movimentos que exigem mais envolvimento e mudanças radicais nas escolhas das sociedades. Mas, ao mesmo tempo, a Espanha tende à direita; a Dinamarca votou pelo encerramento das fronteiras com a Hungria; e na Finlândia, e até mesmo na França, com Marie Le Pen, estão surgindo partidos nacionalistas de extrema-direita. Não é isto uma contradição? 

Eric Hobsbawm: Não, não acho. Acho que são fenômenos diferentes. Acho que, na maioria dos países ocidentais, hoje, os jovens são uma minoria politicamente ativa, largamente por efeito de como a educação é construída. Por exemplo: os estudantes sempre foram, ao longo dos séculos, elementos ativistas. Ao mesmo tempo, a juventude educada hoje é muito mais familiarizada com modernas tecnologias de informação, que transformaram a agitação política transnacional e a mobilização política transnacional.

Mas há uma diferença entre esses movimentos de jovens educados nos países do ocidente, onde, em geral, toda a juventude é fenômeno de minoria, e movimentos similares de jovens em países islâmicos e em outros lugares, nos quais a maioria da população tem entre 25 e 30 anos. Nesses países, portanto, muito mais do que na Europa, os movimentos de jovens são politicamente muito mais massivos e podem ter maior impacto político. O impacto adicional na radicalização dos movimentos de juventude acontece porque os jovens hoje, em período de crise econômica, são desproporcionalmente afetados pelo desemprego e, portanto, estão desproporcionalmente insatisfeitos. Mas não se pode adivinhar que rumos tomarão esses movimentos. No todo, os movimentos dessa juventude educada não são, politicamente falando, movimentos da direita. Mas eles só, eles pelos seus próprios meios, não são capazes de definir o formato da política nacional e todo o futuro. Creio que, nos próximos dois meses, assistiremos aos desdobramentos desse processo.

Os jovens iniciaram grandes revoluções, mas não serão eles que necessariamente decidirão a direção geral pela qual andarão aquelas revoluções. Cada direção, claro, depende do país e da região. Obviamente as revoluções serão muito diferentes nos países islâmicos, do que são na Europa ou, claro, nos EUA.

E é verdade que na Europa e provavelmente nos EUA pode haver uma deriva para a direita, na política. Mas isso, parece-me, será assunto da terceira pergunta.

Crise econômica

Blog: Sim, a próxima pergunta é sobre a crise econômica em que vivemos desde 2008. As crises de 29, 33, levaram o fascismo ao poder. Prevê algum risco de a crise atual ter os efeitos que tiveram as crises de 28, 29, 33? 

Eric Hobsbawm: Bem, não há dúvidas de que a crise, a crise econômica que se arrasta desde 2008, tem muito a ver com a deriva à direita na Europa. Acho que, hoje, só quatro economias na Europa, na União Europeia, estão sob governos de centro ou de esquerda. Algumas daquelas devem perder. A Espanha provavelmente também se moverá em direção à direita. Nesse sentido, parece verdade. Não acho que haja aí qualquer risco de ascensão do fascismo, como nos anos 1930s. O perigo do fascismo nos anos 1930s foi, em grande medida, resultado da conversão de um país em particular, um país decisivo politicamente, nomeadamente a Alemanha sob a alçada de Hitler.

Não há sinal de que nada disso esteja a acontecer hoje. Nenhum dos países importantes, segundo me parece, dá qualquer sinal nessa direção. Nem nos EUA, onde há um forte movimento direitista, pode-se concluir que aquele movimento ganhe poder nas urnas. Nem, tampouco, no caso dos partidos e movimentos de extrema-direita nos países europeus. Apesar de serem fortes, têm-se mantido como fortes minorias sem grandes hipóteses de se tornarem maiorias. Mas, sim, creio que, no futuro próximo, praticamente todos ou quase todos os países europeus serão governados por governos de direita, de um tipo ou de outro. Recorde-se que um dos efeitos logo termo da crise econômica dos anos 1930 foi que praticamente toda a Europa tornou-se democrata e de esquerda, como jamais antes acontecera. Mas isso levou algum tempo. Portanto, há um risco, mas não é o mesmo risco que havia nos anos 1930. O risco é antes o de não se agir o suficiente para lidar com os problemas básicos, enaltecidos pelo capitalismo dos últimos 40 e enfatizados pelo renascimento dos estudos marxistas.

Blog: O que pensa sobre a União Europeia e sobre o que já foi conseguido? A União Europeia conseguirá consolidar-se ou voltará a ser uma simples reunião de estados? 

Eric Hobsbawm: Acho que a esperança de que a União Europeia venha a ser algo mais que uma aliança de estados e área de livre comércio, essa, não tem grande futuro. Não irá muito além do que já foi até aqui, mas não acho que seja destruída.

Acho que o que já se fez, um grau de livre comércio, um grau muito mais importante de jurisprudência comum e lei comum permanecerão. A principal fraqueza da União Europeia, parece-me, razão do fracasso, foi o conflito entre a economia e a base social da União Europeia. Um conflito que resultou da tentativa para eliminar a guerra entre a França e a Alemanha e unificar economicamente as partes mais ricas e desenvolvidas da Europa. Esse objetivo foi alcançado. Tal foi misturado em seguida com um objetivo político associado à Guerra Fria e ao desenvolvimento após o fim deste período, nomeadamente o objetivo de extensão das fronteiras a todo o continente e mais além. Este processo dividiu a Europa em partes que já não são facilmente coordenáveis.

Economicamente, as grandes crises são ambas muito parecidas no que diz respeito às aquisições para a União Europeia desde os anos 1970, na Grécia, em Portugal e na Irlanda, por exemplo. Mesmo politicamente, as diferenças entre os antigos estados comunistas e os antigos estados não comunistas da Europa enfraqueceram a capacidade de a Europa continuar a desenvolver-se. Se a Europa continuará a conseguir manter-se como está, eu não o sei. Não creio, contudo, que a União Europeia deixe de existir e acho que continuaremos a viver numa Europa mais coordenada do que a que conhecemos, digamos, desde a II Guerra Mundial. 

De qualquer modo, devo dizer que está fazendo-me perguntas enquanto historiador mas sobre o futuro. Infelizmente, os historiadores sabem tanto sobre o futuro quanto qualquer outra pessoa. Por isso, as minhas previsões não são fundadas em nenhuma especial vocação que eu tenha para prever o futuro.


Fonte: Carta Maior 

Publicado originalmente no Blog de Beppe Grillo
Tradução: Coletivo Vila Vudu

Gramsci e seu “grito de guerra” ecoam na blogosfera progressista


Salvo engano, o nome de Antonio Gramsci (1891-1937) não foi citado nos debates do 2º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que ocorre desde sexta-feira (17) em Brasília. Mas um texto escrito há 95 anos pelo revolucionário italiano sintetiza um dos consensos mais cristalizados do movimento pela democratização da mídia.

Por André Cintra

Em Os Jornais e os Operários, de 1916, Gramsci exortava os trabalhadores a romperem todos os laços com a imprensa burguesa. Numa época em que a TV nem sequer existia e o rádio ainda era uma mídia incipiente e experimental — um “telégrafo sem fio” —, o jornal despontava como a principal arma de dominação ideológica do operariado.

“Antes de mais nada, o operário deve negar decididamente qualquer solidariedade com o jornal burguês. Deveria recordar-se sempre, sempre, sempre, que o jornal burguês (qualquer que seja sua cor) é um instrumento de luta movido por ideias e interesses que estão em contraste com os seus”, denunciava Gramsci. “Tudo o que se publica é constantemente influenciado por uma ideia: servir à classe dominante, o que se traduz sem dúvida num fato: combater a classe trabalhadora.”

Daí a conclamação do pensador italiano a que não se iludissem com a “grande imprensa” da época. Mais ainda, que não comprassem nem assinassem os jornais inimigos, para não garantir a viabilidade financeira do empreendimento. “Não contribuam com dinheiro para a imprensa burguesa que vos é adversária. Eis qual deve ser o nosso grito de guerra neste momento, caracterizado pela campanha de assinatura de todos os jornais burgueses: ‘Boicotem, boicotem, boicotem!’”, arrematava Gramsci.

Quase um século depois, os participantes do encontro da blogosfera parecem decididos a não dar tréguas à grande mídia. Já não se trata apenas de jornais. A imprensa burguesa deixou de ser somente impressa e se converteu num gigantesco aparato multimídia, que inclui também grandes emissoras de TV e rádio, revistas (sobretudo as semanais), portais na internet e provedores de conteúdo para dispositivos móveis. Como enfrentar esse centauro midiático — verdadeira aberração da civilização contemporânea?

O “medo de se indispor”
Um dos consensos que já é possível extrair do Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, antes mesmo da plenária final deste domingo (19) — e ainda que não haja uma resolução formal —, é que a luta contra a grande mídia tem de se fortalecer. É preciso, claro, que o governo tome medidas aparentemente mais simples, como alastrar a internet via banda larga. Mas urge, acima de tudo, ter ousadia e coragem para lutar contra o oligopólio que toma conta das comunicações.

Na abertura do encontro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou os “falsos formadores de opinião que já não formam opinião nem na casa deles”. Implicitamente, porém, admitiu que o governo federal, tanto com ele quanto com a presidente Dilma Rousseff, não conseguiu alterar a correlação de forças do setor. Ao salientar que as propostas de marco regulatório “mexem com grandes interesses”, Lula deixou claro que a batalha não está ganha — ao contrário, apenas emergiu.

Com conhecimento de causa, dois outros convidados do encontro — a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) e o ex-ministro José Dirceu (PT-SP) — lembraram, em mesas diferentes, que a maioria dos políticos tem medo de se indispor com a grande mídia. Não é por acaso que a Câmara dos Deputados criou apenas neste ano a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (Frentecom), com mais de mais de cem entidades e sob a coordenação de Erundina. “Já não me sinto tão só”, afirmou a deputada.

35 grupos
Já o jurista Fábio Konder Comparato sustentou que “todos os poderes do Estado, inclusive a mídia, estão nas mãos de oligarquias. Os órgãos e as instituições do Estado brasileiro não têm poder de fato. Eles agem sob pressão dos grupos que efetivamente detêm poder”.

Comparato acredita que o Executivo “cede fácil às cobranças” das grandes redes de comunicação. Para começar a reverter essa lógica, basta que o Congresso regulamente os artigos da Constituição de 1988 sobre o tema — especialmente o que proíbe a existência de oligopólios no setor. São da autoria de Comparato, aliás, as ações diretas de inconstitucionalidade que cobram a regulamentação dessas medidas.

O desafio até lá, é resistir a tais pressões dos 35 grupos que controlam 516 empresas de comunicação do Brasil. Ou, em outras palavras, fazer valer o “grito de guerra” proposto por Gramsci: “Boicote, boicote, boicote” ao oligopólio midiático. Já!


Matéria reproduzida do Portal Vermelho

EUA perdem força, mas aumentam presença na América Latina



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Promovido pelo Cebrapaz, evento teve participação de representantes de 11 países

O imperialismo dos Estados Unidos e seus aliados tem perdido força política em toda a América Latina, mas faz crescer sua presença militar na região a olhos vistos. Essa é a principal conclusão da Conferência Internacional sobre a Integração Latino-Americana e a Luta pela Paz, realizada neste final de semana em São Paulo.

O encontro foi promovido pelo Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz – Cebrapaz e contou com a participação de representantes de 11 países, entre os quais os embaixadores da Venezuela e do Vietnã no Brasil. E foi presidido pela presidente do Cebrapaz e do Conselho Mundial da Paz, Socorro Fomes, que abriu o evento na sexta-feira (17) à noite.

Atlântico Sul
No sábado (17), pela manhã, o evento foi aberto com debate sobre “Ameaças à Paz no Atlântico Sul”, que abordou a crescente presença dos Estados Unidos. Esta fase foi coordenada por Rubens Diniz, dirigente do Cebrapaz.

Em especial, foi denunciada a revitalização da 4ª Frota da Marinha daquele país, que impõe terror ao singrar os mares desta parte do planeta, fortemente armada.

Rina Bertaccini, representante argentina no evento, analisou a presença estrangeira no cone sul da América, especialmente nas ilhas entre a Argentina e o continente antártico. Ela denunciou a crescente presença da Grã-Bretanha e das forças da Otan especialmente na Ilhas Malvinas.

“São 5000 estrangeiros ocupando aquele território, com mais e mais instalações militares e a suspeita de que haja armas nucleares ali instaladas”, afirmou Rina. Mas, ressaltou, mudanças no quadro geopolítico da América Latina, que “não são apenas otimismo, mas possibilidade concreta de enfrentar as ameaças, com novos governos que surgem com disposição para isso”.

Atlântico Sul


Do mesmo modo, Ghillermo Borneu, do Peru, disse que o quadro da presença do imperialismo na região tem mudado na medida em que também mudam os governos em muitos países. Apontou, também, a presença da China, que se contrapõe no campo econômico aos interesses do imperialismo.

Ele citou o exemplo do petróleo. Lembrou que o governo chinês fez recentemente aquisições de petróleo da brasileira Petrobrás e da estatal venezuelana, pagando adiantado por entregas futuras. Isso, segundo disse, torna a Venezuela menos vulnerável a pressões dos Estados Unidos.
Nova cara

O jornalista brasileiro Igor Fuser completou a rodada apresentando as diversas faces do imperialismo, que muda de nome e elege novos inimigos como forma de justificar suas agressões. A própria interpretação de termos como “paz”, “segurança” e “defesa”, mesmo na grande mídia, é apresentada na visão do imperialismo.

Ele fez um histórico das fases do imperialismo, desde a Guerra Fria, em que o inimigo era o leste europeu até os dias atuais, em que o narcotráfico e o terrorismo são usados para acobertar as ações imperialistas na América Latina e no mundo inteiro.

Política dos EUA

A atual política dos Estados Unidos para a América Latina e Caribe foi o tema da segunda mesa de debates da Conferência, neste sábado (18). Desta, participaram Enrique Daza, da Colômbia, Bertha Oliva, de Honduras, Guillermo de La Paz Velez, de Porto Rico e Ricardo Abreu Alemão, secretário de Relações Internacionais do PCdoB, sob a coordenação de Ronaldo Carmona, do Cebrapaz.

Alemão analisou as mudanças na fisionomia da política dos Estados Unidos para a América Latina, frisando que, em verdade, o que tem ocorrido é um avanço nas agressões em todo o continente. Ressaltou, contudo, que o surgimento de governos progressistas e defensores dos interesses nacionais em muitos países se contrapõem a essa política. 

Todos concordaram em que a atual política dos Estados Unidos ganhou uma nova roupagem com o presidente Barak Obama, mas, na prática, segue em crescente ameaça. Daza expôs o drama da presença física de tropas ianques na Colômbia, a título de combater o terrorismo, mas com a finalidade da dominação.

Bertha Oliva, por sua vez, denunciou a dramática situação de Honduras e outros países do Caribe. Citou até mesmo seu caso pessoal, pois seu marido desapareceu após ser sequestrado e torturado por forças ligadas ao avanço imperialista em seu país.

Povos em luta

A terceira parte dos debates teve por tema a “Luta dos Povos Contra as Agressões”. Representantes de vários países demonstraram como os povos de todos os continentes se movimentam ao longo da história e no momento atual para rechaçar as agressões dos Estados Unidos e seus aliados.

O sírio Eduardo Elias, presidente da Federação das Entidades Árabes de São Paulo, relatou a atual ofensiva do imperialismo no Oriente Médio. No caso da Síria, em especial, ele disse que a tática do imperialismo tem sido a de fazer renascerem diferenças religiosas que aquele povo havia conseguido suplantar a partir de meados do século passado.

José Ramón, do conselho da Paz de Cuba, fez um histórico da presença dos Estados Unidos naquele país. Lembrou que a ocupação territorial da ilha, com a ainda hoje presente Base de Guantânamo, é um símbolo da agressão imperialista em todo o continente.

J.K. Suleiman Rachid, da Palestina, fez detalhado relato da situação no Oriente Médio e demonstrou que a criação do estado de Israel nada tem a ver com o holocausto nazista e a Segunda Guerra. “A história nos demonstra com fatos concretos que essa decisão estava tomada desde muito antes dessa fase”, afirmou.

Ele disse que a posição da Palestina contempla a existência de Israel, mas defende a imediata implantação do estado palestino. Para isso, lembrou ele, é necessário que o governo israelense reveja sua postura na questão dos territórios ocupados e reconheça o direito do povo palestino de construir sua pátria.

O representante do Vietnã, Nguyen Huynh, membro do Conselho Mundial da Paz, fez um histórico da luta do povo vietnamita contra a agressão imperialista. E disse que a experiência de seu povo serve de exemplo de que é possível derrotar o imperialismo.

Solidariedade

Esta fase dos debates, coordenada por Alexandre Araujo, do Cebrapaz de Minas Gerais, foi encerrada com pronunciamento de José Reinaldo Carvalho, sobre “Solidariedade Internacional”.

Falando em nome do Cebrapaz, José Reinaldo disse que “o anti-imperialismo é a essência da solidariedade internacional”. Ele fez um histórico das lutas solidárias ao redor do mundo e na América Latina e afirmou que a afirmação das nações, em processos de mudança em favor da auto-determinação dos povos e de uma sociedade mais justa e igualitária passa pela derrota do imperialismo.

Comunicado

Ao final do evento, foi aprovado um comunicado à opinião pública, leia a íntegra do documento:

“Comunicado à opinião pública

Realizou-se em São Paulo, nos dias 17 e 18 de junho, a Conferência Internacional “A Integração Latino-Americana e a Luta pela Paz”, organizada pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), que nesta ocasião saúda as organizações do movimento social, de solidariedade e pela paz no Brasil, na América Latina e no mundo.

Na ocasião foram condenadas as estratégias guerreiras do imperialismo norte-americano e seus aliados, a militarização e todas as ameaças à paz.

A Conferência reafirmou que o imperialismo em sua etapa declinante está mais agressivo contra os povos, aumentando seus gastos militares, sua monstruosa máquina de guerra e ações bélicas.

Exigiu-se que cessem os bombardeios da Otan contra a Líbia e as provocações desestabilizadoras na Síria, assim como a retirada das tropas de ocupação do Iraque e do Afeganistão.

Durante os painéis e debates deu-se ênfase ao apoio à luta pela libertação da Palestina, com a criação do seu Estado nacional independente. 

Manifestou-se a indeclinável solidariedade com os povos latino-americanos na luta por sua independência e soberania, pela democracia e a integração, contra a ingerência do imperialismo estadunidense e a Quarta Frota.

Tema bastante debatido foi a existência de bases militares dos Estados Unidos e demais potências imperialistas em países soberanos. Foi enfática a exigência do fechamento dessas bases.

Durante as exposições dos conferencistas e nos debates surgiu com força a exigência do desmantelamento da Otan e da abolição das armas nucleares.

Manifestou-se todo o apoio à luta pelo fechamento da base de Guantânamo, pelo fim do bloqueio a Cuba e pela libertação dos seus cinco heróis encarcerados injustamente nos Estados Unidos.

A Conferência Internacional foi um marco na atividade do Cebrapaz e organizações coirmãs e aponta para o fortalecimento da luta pela paz e da solidariedade com os povos agredidos pelo imperialismo. 

A Conferência foi realizada num ambiente de unidade e confiança. Em todos os seus participantes era forte a convicção de que o imperialismo não é invencível e será derrotado.

São Paulo, 18 de junho de 2011

Cebrapaz”

 
De São Paulo, Jaime Sautchuk
Colaboração Érika Ceconi


Matéria reproduzida do Portal Vermelho

quarta-feira, 15 de junho de 2011

38° CONGRESSO DA UNIÃO DOS ESTUDANTES DE PERNAMBUCO


Entre os dias 17 e 19 de junho, a União dos Estudantes de Pernambuco promove o 38° Congresso de estudantes do Estado, em Caruaru. Com o tema “Um novo Pernambuco, uma nova Universidade”, o evento traz para o debate central a relação entre a Universidade e o desenvolvimento do Estado. 

Para a presidente da UEP, Virgínia Barros, o país vive um momento favorável para se discutir mudanças e avanços na educação. "O debate central que está colocado para o Brasil hoje é a questão do desenvolvimento de nosso país.

 O Congresso debaterá justamente como a universidade e o movimento estudantil podem contribuir para essas mudanças", afirma Virgínia Barros.

Previsto para ser o maior congresso da história da UEP, o 38° Congresso dos Estudantes conta com uma programação bastante diversificada. Dentro do evento acontecerão o 1º Encontro de Mulheres Estudantes da UEP, que debaterá a participação das mulheres nos espaços de poder e decisão, e o 2º Seminário Estadual do CUCA, cuja principal discussão será a democratização dos meios de comunicação.
Já estão confirmadas as presenças da deputada federal Luciana Santos, do deputado estadual Pedro Eugênio, do produtor cultural Roger de Rennor e do reitor eleito da UFPE Anísio Brasileiro.
Os diretórios estudantis de todas as faculdades de Pernambuco já estão de mobilizando os estudantes para participarem do 38 ° Congresso. A estimativa é que o evento reúna mais de 600 estudantes.
Outras informações: (81) 3221-8637

1º Encontro de Mulheres Estudantes da UEP

domingo, 12 de junho de 2011

Altamiro Borges fala o que une a blogosfera progressista

Felipe Massa do Projeto A Cria

Clipe de "Eduardo e Mônica" para o dia dos namorados - A história de amor mais cantada do Brasil virou filme

Texto retirado do blog Boteco Socialista


Quem um dia irá dizer que existe razão pras coisas feitas pelo coração?
Pois é!

A VIVO operadora de telefonia móvel produziu um excelente vídeo com a música clássico da Banda Legião Urbana. Ficou muito bom! Deixo aqui pra vocês.

sábado, 11 de junho de 2011

Devolva meu sotaque!

Texto retirado do Blog do Noblat

Sou do Recife, a maior cidade pequena do mundo. Por aqui, mania de grandeza é bóia: temos o maior Shopping da América Latina (improvável), a maior avenida em linha reta do Brasil (duvide-o-dó), o maior bloco de carnaval ao ar livre do planeta (vá lá, esse pode até ser), somos recordistas em ataques de tubarão, temos o canal mais fedorento do mundo (isso eu tenho quase certeza que é verdade) e que, além de fedorento tem as únicas comportas em forma de caranguejo do universo.
É assim, a gente se orgulha de tudo, uma resenha.
Ok, exagero, eu sei! Deixemos esse bairrismo exacerbado de lado, mas precisei exemplificá-lo para que você, leitor de qualquer outra parte do mundo, entenda como a gente fica arretado ao ver o galã da telenovela das seis dizer um VISSE no lugar errado, com a entonação errada, na frase errada!
Nada contra essa “nordestinização” globalizada. Mas, já que vai fazer, movéi, que faça direito. Ainda não vi na história novelística brasileira, um ator/atriz (Suzanna Vieira inclusive e principalmente) que tenha entoado um sotaque de forma convincente.
A historinha televisiva é bonita, tem uma direção de arte linda, figurino interessante, mas porque, eu pergunto, insistir nesse danado desse sotaque que atores cariocas/paulistas não dominam? Vôte!
Não podia ser simplesmente como a outra telenovela que se passava na Índia, mas que todo mundo falava português? Licença poética! É de mentirinha, a gente já sabe disso, então pode tudo. Só não pode grear com sotaque dos outros. Sem fuleragem, né?
A gente já tem que engolir ser chamado de “paraíba” a vida toda (nada contra, muito pelo contrário, amo meus vizinhos paraibanos) mas, cada um no seu quadrado!
Sabe aquela aula de geografia que você faltou? Pois foi justamente nela que ensinava que Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará são lugares DIFERENTES. Parecidos, mas diferentes.
Já pensou eu chegar no Rio chamando carioca de paulista? Tu não ia estilar?
- Oxe, mas é bem pertinho e (pra gente) o sotaque é quase igual. Pode não?
Pode não! Paraibano é paraibano e pernambucano é massa. Eita, deixei escapar odanado do bairrismo que tava escondido debaixo do tapete, foi mal aí, movéi.
Desculpem o arrudeio, mas é porque OXE e EITA são assuntos importantes pelas bandas de cá, VISSE?

Téta Barbosa é jornalista, publicitária e mora no Recife