sábado, 26 de maio de 2012

Lula saúde 3º Encontro de Blogueiros Progressistas na Bahia




No vídeo, Lula enaltece o papel democratizador dos blogueiros e enfatiza a necessidade de se libertar o fluxo da informação do círculo fechado – e elitista – do PiG (*) – não exatamente nessas palavras…

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Como não amar uma cidade onde um McDonald’s faliu?

por Téta Barbosa
Eu olindo, tu olindas, ele olinda. Nos domingos, nós olindamos.
Descobri que Olinda era verbo quando dei uma carona para o músico Erasto, irmão do percussionista Naná Vasconcelos. O irmão menos famoso do clã dos Vasconcelos escolheu a cidade alta para passar seus dias. Por lá escreveu o guia “das Olindas” que diz assim:

“Subi Mercado da Ribeira 
Desci largo de São Bento 
No largo do Varadouro 
Na Praça do Jacaré

Afoxé, afoxé 
Olinda mandou me chamar”
E, enquanto cantarolava no carro durante a carona, avisou: “pode me deixar nos Quatro Cantos mesmo, estou precisando Olindar”.
E como não amar a única cidade no mundo onde um McDonald’s faliu?
Olinda é mesmo uma cidade estranha. E isso me faz lembrar um causo, passado numa segunda-feira chuvosa num bar da cidade histórica. E esse conto, caro leitor, não se passou com a amiga da prima da minha sogra, não. Foi comigo mesmo que aconteceu, por isso posso atestar de pés juntos, a estranheza do acontecido.
Lá estávamos nós, amigos boêmios, numa festinha regada a jazz na sede da Pitombeira (bloco famoso nos dias de Carnaval). Entre uma música e outra, rolou um zum zum zum, à boca miúda, de que naquela mesma festinha estava Matt Dillon (ator famoso das bandas de Hollywood).
- Matt quem? É aquele que fez Supremacia Bourne?
- Não, é o do filme Crash, no Limite. Aquele do Oscar, pô.
Passada a confusão para diferenciar Matt Dillon de Matt Damon (americano é tudo igual) e Brad Pitt de Tom Cruise (que no calor na discussão, entraram na conversa sem ter nada a ver com o assunto), confirmamos a presença do famoso no local. Sim, era ele.
A notícia, que tinha potencial para se transformar em euforia, autógrafos e briga por fotos em qualquer lugar do mundo, parou por aí. É de Olinda que estamos falando, afinal de contas. Ninguém, repito, ninguém no recinto abordou o cara. Matt ficou lá; sozinho, carente.
O desprezo pelo moço chegou a tal ponto que ele teve que tirar fotos dele mesmo no balcão do bar. Deu até pena (dó, na linguagem do Sul, porque quem tem pena é galinha). Mas a atitude blasé dos olindenses dizia “Pra que Matt se a gente tem Erasto?”. Que mais além se transforma em “pra que McChicken, se aqui tem tapioca?” ou “pra que badalar, se a gente pode Olindar”?
O fato, meus amigos, é que Olinda não é uma cidade, é um estado de espírito. E ai dos turistas que passam rápido demais, tiram fotos demais, compram bugingangas demais e nem têm tempo de conjugar o verbo Olindar. Desses dá pena, de verdade.

Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa ali e fora dali. Ela também tem um blog - Batida Salve Todos

Fonte: Blog do Noblat